domingo, 18 de julho de 2010

Escutando o chamado que vem de dentro

Assim como ela, quando criança, eu ainda "sou um andarilho em êxtase" ou uma loba farejando a vida...

"Era uma vez uma mulher.Essa mulher era amada. Por ser amanda, era reconhecida como inteira em si mesma. Por ser reconhecida, era livre para existir. Essa mulher vivia com os pés na terra e a cabeça nas nuvens, possuía todos os atributos de uma deusa. Era humana e ao mesmo tempo divina e havia algo de
selvagem em seus olhos que nenhuma civilização ou religião poderiam domar.Por isso mesmo,essa mulher foi temida e, por ser temida, foi reprimida e banida do convívio dos demais. Ela foi queimada nas fogueiras da ignorância, amordaçada nas malhas da censura, presa nas correntes da indiferença. Após tantos séculos de repressão, aqueles que a haviam reprezado acreditavam que sua luz havia finalmente se extinguido; que sua natureza selvagem e aterradora havia desaparecido por completo. Porém, essa mulher faz parte da própria natureza, ela é a própria natureza e não pode ser aniquilada. De sua completude temos apenas resquícios mas ela sobrevive nas histórias e nos contos de fada e no fundo da alma de todos, homens e mulheres que sentem um profundo sentimento de vazio e solidão em suas vidas. Eles escutam o chamado que vem dos ossos, das profundezas da carne. O chamado da mulher selvagem, há muito reprimida, há muito massacrada mas de nenhuma forma esquecida.

Clarissa Pinkola Estés nesse brilhante livro sai em busca "daquela que sabe", a mulher selvagem. É um verdadeiro trabalho de escavação das partes mais subterrâneas da psique em busca de algo muito precioso que foi há muito tempo contido. Através de contos de fada e mitos, a autora procura aos poucos revelar as muitas facetas da alma feminina que tem sido tão maltratada não apenas pela sociedade mas pela própria mulher, que se afastou de sua parte selvagem.

Mulheres que correm com os lobos é uma verdadeira viagem ao interior daquela parte mais profunda de nós mesmos da qual insistimos em fugir. É uma busca por aquilo que há de mais verdadeiro e mais essencial em cada um de nós. Uma missão de vida que, mais cedo ou mais tarde, todos teremos que cumprir. . (revisão por Carol Luz)


Clarissa Pinkola Estés: 1943—: Writer, Psychologist Biography - Childhood Embraced By Storytelling, Self Exploration Lead To Nature And Education, Career In Storytelling Emerged Clarissa Pinkola Estes: 1943 -: Escritor, Psicólogo - Biografia Infância Embraced Ao contar histórias, auto-exploração chumbo à natureza e à Educação, Carreira em Storytelling emergente

Um comentário:

Juli disse...

Vc mesma me disse um dia: A felicidade é uma árvore de muitos pomos. Sempre está onde a pomos, mas nunca a pomos onde nós estamos...
Mas e pq não?

Alguém gostou muito!!

Quando o arquiteto planejou o horizonte

Quando o arquiteto planejou o horizonte
seu coração ardia igual saudades...