sábado, 6 de julho de 2013

Observar e absorver: Se eu pudesse falar com a esquerda...

Observar e absorver: Se eu pudesse falar com a esquerda...: Tenho um apanhado de informações a respeito das grandes manifestações, vídeos, textos, mas ainda estão bem desorganizados. Tenho minha vida...Desde há muito tempo percebi a arrogância das esquerdas doutrinárias. Estava ainda na faculdade, em 1980 – ao entrar me encantei com as teorias esquerdistas, com os estudos que revelavam os porquês da pobreza, da miséria e apontavam caminhos pra superar essas condições –, participando dos debates, das discussões e de algumas ações de rua, meio espantado com a rivalidade entre grupos que discordavam, violentamente, se insultando por pensarem diferente, insultos pesados, morais. Sempre estranhei isso. Depois percebi a falta de penetração nas classes periféricas, o isolamento em que essas pessoas se colocavam, restritas às academias e às suas agremiações, o que fazia que manifestações de rua fossem vazias de gente comum, a esmagadora maioria, e me parecessem melancólicas, infrutíferas, sem nenhum resultado real de contaminação e mobilização do que chamavam de “as massas”. Aquele monte de bandeiras, palavras de ordem repetitivas, punhos erguidos – e as pessoas atravessavam a rua pra evitar o contato. Eram como clubes fechados, barulhentos e chatos. Os militares já agonizavam na gerência da ditadura e a mudança de fachada era iminente.

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Quando o arquiteto planejou o horizonte

Quando o arquiteto planejou o horizonte
seu coração ardia igual saudades...